(estadao.com.br)

Fotografia oficial dos Presidentes e Chefes de Delegação dos Estados Partes do Mercosul e dos Estados Associados. Mirante da Cataratas, Foz do Iguaçu - PR.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Liderados pela Argentina, seis países emitiram um comunicado oficial neste sábado, 20, exigindo a “restauração da democracia” na Venezuela. O documento expõe uma divisão clara no bloco sul-americano: entre os membros plenos do Mercosul, apenas Brasil e Uruguai não assinaram o texto.
O comunicado foi divulgado durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, realizada em Foz do Iguaçu (PR). O grupo expressou “profunda preocupação com a grave crise migratória, humanitária e social” no país governado por Nicolás Maduro.
Quem assinou o documento
O texto conta com a assinatura de presidentes e altas autoridades de três Estados Partes (membros plenos) e três Estados Associados:
- Argentina: Javier Milei (Presidente)
- Paraguai: Santiago Peña (Presidente)
- Bolívia: Fernando Aramayo (Ministro das Relações Exteriores)
- Panamá: José Raúl Mulino (Presidente)
- Equador: Altas autoridades
- Peru: Altas autoridades
Vale ressaltar que, entre os cinco Estados Partes do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia), Brasil e Uruguai foram os únicos que optaram por não endossar a cobrança.
O que diz o comunicado sobre a Venezuela
As autoridades signatárias adotaram um tom duro em relação ao regime de Caracas. O grupo instou as autoridades venezuelanas a:
- Cumprir as normas internacionais de direitos humanos;
- Libertar imediatamente cidadãos arbitrariamente privados de liberdade;
- Garantir o devido processo legal e a integridade física dos opositores.
O comunicado paralelo evidencia a falta de consenso dentro do bloco. O documento oficial conjunto da cúpula do Mercosul não fez qualquer menção à Venezuela, que está suspensa da união aduaneira desde 2016.
Divergência entre Lula e Milei
A cúpula também foi marcada pelo antagonismo entre os presidentes das duas maiores economias do bloco.
No encerramento do evento, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, alertou para os riscos de intervenções externas na Venezuela, mantendo uma postura de cautela diplomática. Em contrapartida, o argentino Javier Milei endossou explicitamente a pressão militar exercida pelos Estados Unidos contra o governo do ditador Nicolás Maduro.