Às vezes parece que, na comunidade gay, a gente se acostumou mais a reclamar da solidão do que a sustentar um relacionamento quando ele finalmente aparece. Fala-se muito do cansaço dos aplicativos, das conexões rasas, da vontade de ter alguém de verdade. Mas quando surge uma pessoa presente, interessada, disponível, algo começa a incomodar.
Vêm as dúvidas, o medo de perder a liberdade, a sensação de que talvez ainda não seja a hora ou de que exista algo melhor logo ali. Não porque a pessoa seja errada, mas justamente porque está ali. Então a relação acaba.
O arrependimento quase sempre vem depois. Quando o vazio volta, quando tudo parece repetido, quando a falta se impõe. Às vezes ainda existe uma tentativa de retorno, mas aí já é tarde. Ou o outro seguiu em frente, ou a confusão interna reaparece e a certeza de querer ficar solteiro fala mais alto.
Fico me perguntando se isso é medo de amar, dificuldade de sustentar vínculo ou resultado de uma cultura que nos ensinou a descartar pessoas com facilidade. Talvez confundamos liberdade com fuga. Talvez idealizemos tanto o parceiro perfeito que não saibamos reconhecer quando algo real aparece.
Não falo de aceitar relações ruins, mas de perceber quando algo é bom antes de perder. Queria saber se mais alguém se reconhece nisso.
Muita gente diz que quer um relacionamento, mas só até o momento em que isso exige escolha, constância e responsabilidade emocional. Quando a coisa fica real, vira “não é o momento”, “quero minha liberdade” ou “não sei o que sinto”. Depois que perde, chama de timing errado e faz discurso maduro, mas quase sempre não era falta de tempo, era medo mesmo. Medo de ficar, de se implicar e de não ter pra onde fugir.
VOCÊ DISSE tudo perfeitamente
sim, chama-se “amor líquido” (conceito criado pelo sociólogo Zygmunt Bauman) e não é um problema exclusivo da comunidade gay, é algo que assola as relações pós-modernas. De forma bastante resumida, nós nos relacionamos da mesma forma que nós consumimos, sempre esperamos por algo melhor, mais novo, mais interessante, mais bonito e deixamos de lado o obsoleto, familiar, desinteressante. Substituindo qualidade por quantidade. O tédio de ter e a ânsia de possuir. E hoje isso é ainda mais intenso por conta da facilidade que os apps de namoro/pregação possibilitam as pessoas a ir pra próxima.
Depende, eu quero um relacionamento quando eu encontrar a pessoa que vai me deixar doido, encontrar alguem legal que so liga um foguinho de esqueiro no meu coração eu não quero, eu sou intenso de mais pra me contentar com pouco, eu quero olhar pro cara e sentir meu coração na mão.
simmm, alguem que vibre na mesma vibe que vc, não amar caras com afeto preguiçoso, dar sintonia pra quem está com o rádio ligado
Mas vc espera encontrar essa conexão logo de cara? Oi desenvolver ela?
Logo de cara, todos meus 3 relacionamentos foram assim, o ultimo durou 8 anos.
Encontrei uma pessoa maravilhosa, parceria e tudo, só que ela tinha mau hálito e o beijo não encaixou. Rsrsrss
Sinceramente? Eu quero um relacionamento na qual eu seja minimamente respeitado e a pessoa seja minimamente humana. Os ultimos caras com quem eu me relacionei:
Ou era de direita e defendia umas coisas absurdas que iam contra culturas LGBTQIA+;
Ou foi racista cmg;
Ou tinha problemas com meu corpo por eu nao seu padrão.
Daí fica difícil aceitar quando "finalmente aparece" se qdo aparece vem isso ai.