Alguns dias atrás, vi um post sobre futebol que trazia uma imagem do Alexandre Pato e um breve texto:

“Comecei a sonhar demais. Na minha cabeça, já estava segurando a Bola de Ouro. Você não pode evitar, cara. É muito difícil não ser afetado. Eu era implacável quando vivia no presente, mas minha cabeça ficou presa no futuro.”

Espetacular. Refletiu perfeitamente como eu me sinto e como sei que a grande maioria das pessoas se sente. Nós nos apegamos a qualquer coisa para fugir do presente, desde idealizar o futuro até remoer o passado. Mas o que não sai da minha cabeça é o motivo: por que fazemos isso, mesmo sabendo o quanto é danoso à nossa vida?

Algumas pessoas dizem que isso é um mecanismo de fuga da realidade. Outras afirmam que é um produto das relações que mantemos com outras pessoas e com as instituições que nos cercam. Tanto faz no final. De Freud a Marx, a explicação continua aberta — devido ao nosso amigo Alexandre Pato.

Jogador de futebol, rico, que acabara de chegar a um time que, para muitos, era considerado o melhor do mundo. Entende agora?

Essas teorias são boas para explicar o pensamento da população mediana: aquela com uma qualidade de vida ruim o suficiente para justificar uma tentativa de fuga ou com um nível de instrução que justificaria uma manipulação de efeito manada.

Mas e quanto àqueles que estão acima da média? Pessoas com boa qualidade de vida, pessoas instruídas e que certamente já leram as teorias mais básicas sobre a origem do pensamento. Por que, agora me incluindo, continuamos idealizando o futuro ou remoendo o passado, mesmo sabendo o quanto isso é danoso?

Já vivi um período focado e, realmente, eu era imparável. Em todos os aspectos da minha vida, eu me sentia no auge. Hoje, aos 26 anos, remoendo o passado e temendo o futuro, sou como Alexandre Pato: uma promessa que talvez não vingue...