Boa tarde, meninas! Eu imagino que nesse fim de ano não seja só eu que voltou para a casa dos pais e, com isso, acabou assistindo alguns filmes de natal com a mãe. Eu estou acostumada com aqueles filmes do ano 2000/90 em que tem uma mulher muito bonita e correta que fica com um paspalhão. Aquilo sempre me deu raiva, mas de algum jeito, os filmes mais recentes parecem ainda piores, num nível que é doloroso de assistir!

Calma, vou dar uns exemplos para me entenderem melhor.

1- No primeiro filme, se tratava de uma revisora editorial que incentivava um cara a publicar o seu livro. A moça da história dava todo o apoio para o cara inseguro, que tinha dificuldade em colocar profundidade em seus romances (o que é irônico, levando em conta que o filme não tem profundidade alguma). Com o desenvolvimento do relacionamento dos dois, ele supera suas expectativas e é recorde de vendas. O único conflito do filme é que eles não têm coragem de contar que gostam um do outro (dois marmanjos com mais de 30 anos!)

2- No segundo filme, a proposta era parecida. A mulher era uma oftalmologista que ajudava um daltônico a passar a ver cores. O cara era muito otário, mas mais que o primeiro, e não percebia que ela gostava dele até uma amiga falar para ele. De novo, um casal com mais de 30 anos cujo único conflito é não ter coragem de confessar um ao outro, a coisa mais irrealista, especialmente levando em conta que eram dois gostosões. O cara parecia o novo Superman.

3- No terceiro e último filme, se tratava de uma família que deveria decidir sobre uma herança. Eram três irmãos, dois homens e uma mulher, que perderam a mãe recentemente. Eles supostamente brigavam muito, mas durante as comemorações de natal, acabam resolvendo muitos problemas do passado, pedindo desculpas e tal. Até aí tudo bem, mas no geral faltou um pouco de drama e tinham vários elementos que me incomodaram bastante. Por exemplo, a moça que ajudava na herança era muito parecida com a Mary Poppins, sem originalidade alguma, e o menino filho da irmã era autista, o que parecia só uma desculpa para o garoto falar menos, mesmo.

Ah, e tinha um casal principal igualmente sem sal. Quando adolescente, a irmã chegou a namorar o filho do mordomo deles, mas se separaram porque o pai do garoto disse que pessoas como ela não namoravam gente como eles. Eles claramente se gostavam, mas não conseguiram tomar a iniciativa até o final do filme. A resolução foi bem xoxa, com todos aceitando que a irmã deveria ser a maior responsável pelos bens, sendo a pessoa mais apta a decidir sobre a herança de todos.

Conclusão: Filmes sem originalidade alguma, sem drama, sem superação ou conflitos interessantes. Suspeito fortemente que sejam feitos por IA, pois é como se um alienígena olhasse para os humanos e tentasse escrever algo do nosso gosto. Não me surpreende que tenham feito isso, pois gente como a minha mãe não liga para isso, mas me dói saber que eles preferem gastar menos com uma etapa de produção que já é muito barata, ao invés de escrever algo que realmente signifique algo para alguma pessoa.

Os filmes de natal têm alguma limitação de temas por causa de Hollywood, mas acredito que pelo menos poderiam ter uma visão social mais interessante, ou apresentar conflitos que realmente acontecem na vida das pessoas, ao invés de repetir uma fórmula indefinidamente, até a exaustão.